El Segador
Juan Miró

Nesta
composição, também denominada "El Payés Catalán em Rebeldía", é representada
uma personagem fundida na terra, com um barrete, o símbolo da identidade
catalã, e o rosto distorcido num grito. Uma das suas mãos tenta alcançar uma
estrela, símbolo da liberdade, enquanto a outra brande uma foice, que não
simboliza o comunismo, mas sim dos segadores, uma vez que constitui a sua
ferramenta de trabalho e a sua arma, quando vê a sua liberdade ameaçada. Esta
personagem é a encarnação da força, da resistência e da luta pela independência
da população catalã.
O
primeiro mural de Miró foi exibido à frente do célebre "Guernica" na Exposição
Internacional de Paris de 1937. Contrariamente à obra de Picasso, uma visão
trágica e horrífica da guerra e da realidade, "El Segador" é uma expressão de
desafio e força, numa visão desafiadora e otimista do povo espanhol.
"Claro que pretendia que fosse um protesto. O segador catalão é o símbolo dos fortes, dos independentes, dos resistentes." (Juan Miró)
O quadro foi pintado em seis painéis de Celotex, colocados diretamente sobre a parede do edifício. Consequentemente, após o fim da exposição, terá sido destruído aquando do derrubar do pavilhão ou desmontado e levado para Valência. O que é certo é que desapareceu, e nem o seu autor sabia do seu paradeiro, tendo tentado, inclusive, localizá-lo, em 1958, mas sem sucesso. Oitenta anos depois da Exposição, a Galeria Mayoral organizou uma exposição para comemorar o seu aniversário e os seus participantes. Neste âmbito, El Segador foi reconstituído com base em fotos, motivo pelo qual o que nos resta desta composição se encontra a preto e branco.