Juan Negrín

1892 - 1956

Juan Negrín, nascido no seio de uma família próspera de comerciantes, a três de fevereiro de 1892, tornou-se um fisiologista de renome. Depois de ter exercido uma cátedra na Universidade de Madrid, entre 1923 e 1931, decidiu dedicar-se à política e foi eleito para as Cortes enquanto deputado social democrata.

Entre setembro de 1936 e maio de 1937, assumiu o cargo de ministro das Finanças, onde se destacou pela coordenação do processo de transação das reservas de ouro espanholas para a União Soviética, a fim de evitar que este caísse nas mãos dos sublevados, se tomassem a capital.

Em maio de 1937, depois dos confrontos em Barcelona, que tinham resultado num total de quatrocentos mortos e mil feridos, Negrín sucedeu Francisco Largo Caballero no cargo de primeiro-ministro. Firme no combate ao avanço do franquismo, estabeleceu uma relação próxima com a União Soviética, a única fonte de armas da Espanha republicana. A sua dependência relativamente ao comunismo alimentou hostilidades com a ala não comunista dos republicanos.

Para além de desempenhar um papel importante na governação do país, Negrín ajudou dezenas de pessoas a partir para o exílio, entre elas intelectuais, cientistas, sacerdotes ou profissionais aos quais a sua ideologia conservadora ou a sua fé católica tinham posto em perigo. Também não hesitava em visitar as zonas mais expostas da frente de batalha, para dar ânimo aos soldados republicanos, conhecidos como os "cem mil filhos de Negrín".

Após a queda da Catalunha, em fevereiro de 1939, Negrín incitou à resistência, mas uma sublevação anticomunista em Madrid a favor de uma negociação pacífica forçou-o a demitir-  -se em março desse ano.

Juan Negrín acreditou na possibilidade do triunfo da República até ao fim, apesar de estar consciente de que, para isso, seria necessário apoio internacional. A sua persistência levou a que fosse acusado de prolongar a guerra desnecessariamente, provocando a ruína dos espanhóis.

O último grande empreendimento de Negrín antes do colapso da República foi a organização de evacuações massivas, assim como a provisão de barcos que trasladaram para o México os fundos necessários para o financiamento do exílio.

Quando a Segunda Guerra Mundial começou, Negrín estava em Paris, num estado de saúde muito frágil. Aí acabou por morrer, em 1956, expulso do seu partido e difamado por todos.

"Pero quizá sí hay, o hubo, dos modelos opuestos y del todo incompatibles de español, que en este caso habrían sido Francisco Franco y Juan Negrín. Franco pequeño, Negrín grandullón; Franco con voz de pito, Negrín con voz rotunda de gigante canario; Franco beato, militar, militarista, ultrarreaccionario, provinciano; Negrín librepensador, científico, viajero, republicano, vividor. Negrín presidió durante casi dos años angustiosos el Gobierno legítimo de la República; Franco se sumó arteramente a un golpe de Estado ya en marcha y se las arregló para alcanzar un poder absoluto, para mantener durante treinta y tantos años el espíritu de victoria y revancha sobre los vencidos. Franco murió en la cama en Madrid con 83 años después de una agonía lenta y cruel, y Negrín, que era solo unos meses mayor, a los 64, en París, de un ataque al corazón. Franco quiso ser enterrado en el mausoleo necrófilo del Valle de los Caídos; Negrín pidió que en la lápida de su tumba, en el cementerio del Père-Lachaise, sólo estuvieran las iniciales de su nombre." (https://elpais.com/cultura/2018/10/23/babelia/1540307224_210009.html)

Helena Rodrigues, 12ºB, nº 7
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora