Miguel Primo de Rivera
1870-1930
Miguel Primo de Rivera nasceu no seio de uma família de proprietários militares de Jerez de la Frontera.
Estudou História e Engenharia, antes de enveredar pela carreira militar, ao longo da qual participou nas guerras coloniais em Marrocos, em Cuba e nas Filipinas e assumiu postos militares importantes no seu país-natal.
Após 1918, as dificuldades económicas do pós-guerra agravaram o descontentamento social em Espanha. As Cortes eram incapazes de solucionar o problema do desemprego, e proliferavam as greves e a pobreza. As derrotas em Marrocos e os rumores sobre corrupção desacreditavam o exército. Perante este cenário, o estabelecimento de um governo autoritário era iminente.
O general Primo de Rivera chegou ao poder a 13 de setembro de 1923, através de um golpe de Estado inspirado em Mussolini, seu contemporâneo. Contando com a aprovação do rei, prosseguiu à dissolução das cortes e à suspensão dos direitos democráticos. Entre as suas medidas para a submissão de massas encontravam-se a censura da imprensa e a proibição da utilização de línguas que não o castelhano - as línguas regionais.
Primo de Rivera foi o fundador da organização União Patriótica, criada em 1924. A União era o partido único que sustinha a ditadura e que serviu de inspiração para a União Nacional Portuguesa.
Apesar do descontentamento interno que acompanhou o seu período de governação, conseguiu alcançar uma melhoria a nível económico e ter sucesso a nível externo (por exemplo, na pacificação de Marrocos).
Apesar de, inicialmente, ter afirmado que a sua estadia no poder duraria apenas 90 dias, o regime ditatorial que Primo de Rivera dirigia vigorou até 1930. Tendo perdido o apoio do exército e de membros das altas classes sociais, aos quais tinha tentado aplicar impostos para combater a inflação, exilou--se voluntariamente em Paris, onde morreu, a 16 de março do mesmo ano.